“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Francisco Varatojo apresenta "Quem é o Meu Próximo?", de Paulo Borges, na FNAC - Chiado, 4ª feira, 25, 18:30


Amigos, tenho o prazer de vos convidar para a apresentação deste meu livro na 4ª feira:

As Edições Mahatma e o Círculo do Entre-Ser convidam para a apresentação do livro "Quem é o Meu Próximo?", de Paulo Borges, na FNAC Chiado, com a presença do autor, no dia 25, pelas 18:30. A obra será apresentada por Francisco Varatojo, presidente do Instituto Macrobiótico de Portugal. Na sessão será igualmente apresentada a Carta pela Compaixão Universal, lida a carta de apoio de Sua Santidade o Dalai Lama e visionado o video da declaração de Matthieu Ricard de apoio ao mesmo documento e projecto, lançados pelo CÍRCULO DO ENTRE-SER.

"Nesta transição – e daí o título do livro – é fundamental repensar a noção bíblica de próximo, retomando o sentido da parábola do Bom Samaritano, contada por Cristo precisamente em resposta à questão “Quem é o meu próximo?” (Lucas, 10, 29-37). Nesta parábola transmite-se que o próximo não está previamente definido como o que pertence ao mesmo grupo que eu, sendo antes todo aquele e tudo aquilo de quem eu for capaz de me aproximar, porventura ao ponto de o sentir íntimo e inseparável de mim, mediante um alargamento da consciência para além da dualidade sujeito-objecto e das relações mais imediatas, numa abertura empática e simpática, amorosa e compassiva, do espírito e do coração, do espírito-coração, a tudo e todos, existentes, viventes e sencientes. Nesta experiência o meu próximo não é apenas o que pertence ao mesmo grupo familiar, profissional, social, económico, nacional, étnico, cultural, linguístico, político ou religioso nem o que pertence à mesma espécie, ao mesmo planeta ou à mesma galáxia. Nesta experiência o meu próximo não tem de ter duas pernas e dois braços, podendo também ter quatro patas, muitas ou nenhuma, caule, tronco, folhas, flores e frutos. Não tem de ter cabelos e pele nua, podendo também ter pêlos, penas, carapaça, escamas e casca. Pode não só viver sobre a terra, mas também rastejar dentro dela, nadar nas águas e voar e brilhar nos céus. Pode não ter uma vida individual e ser também a própria terra, as areias, as pedras, as rochas, os minerais, as águas, os ventos, o fogo e a energia que em tudo isso circula. Pode não falar a minha linguagem e em vez disso miar, ladrar, zumbir, uivar, cacarejar, grunhir, mugir, relinchar, rugir, trinar, grasnar, trovejar, soprar, relampejar, chover, florir, frutificar, repousar ou mover-se em silêncio. Pode não ter forma e ser invisível. Não tem de ter vida consciente e senciente e não tem sequer de ter vida. Basta que exista. Não tem de ser algum ser ou coisa e pode ser tudo"

- Paulo Borges, Quem é o meu Próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Mahatma, 2014.

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