“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

“(...) o tempo presente não suspeita sequer, no deserto nu, a orgíaca festa de ciganos”


“(...) o tempo presente não suspeita sequer, no deserto nu, a orgíaca festa de ciganos”

~ Clarice Lispector, A Paixão Segundo G. H.

Paulo Borges - 3/3 - O olho do furacão. Contemplação, meditação e mudanç...

Próximo Curso de Introdução à Meditação por mim orientado: 26, 29 Fev, 7 de Março, 19:30-22:30


Dias 26 e 29 de Fevereiro, 7 de Março de 2016, das 19.30 às 22h30

Local: Uniao Budista Portuguesa

O curso é uma introdução à experiência da atenção plena e ao modo de a integrar em todas as situações da vida quotidiana. Trata-se de não separar a meditação e a vida, encontrando numa mente calma, clara e aberta uma via para uma existência mais plena, livre e solidária.

Orientação: Paulo Borges-tenta seguir a via do Buda desde 1983. Facilita desde 1999 centenas de workshops, cursos e retiros de introdução teórica e prática ao budismo e à meditação. Professor na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Tradutor de textos budistas, como Estágios da Meditação, de S. S. o Dalai Lama (2001), o Livro Tibetano dos Mortos (2006) (com Rui Lopo), A Via do Bodhisattva, de Shantideva (2007), O Caminho da Grande Perfeição, de Patrul Rinpoche (2007) e O que não faz de ti um budista, de Dzongsar Jamyang Khyentse (2009). Entre outras obras é autor de O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia, 2005), de Descobrir Buda (2010), de Quem é o meu Próximo? (2014) e de O Coração da Vida (guia prático de meditação) (2015).

Contribuição: 45 euros. Uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva.

Material necessário: Roupas largas, caneta e bloco notas.

Inscrições: enviar email para inscricoes@uniaobudista.pt

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Workshop de Meditação em Viana do Castelo - 21 de Fevereiro

Colóquio Internacional "Agostinho da Silva: Pensador Universal do Tempo Presente" - 16-17 Fevereiro - FLUL


Comemoraram-se, a 13 de Fevereiro de 2016, 110 anos do nascimento de Agostinho da Silva e a sua memória e a fecundidade do seu pensamento e obra não cessam de se tornar mais vivas. É já um lugar comum reconhecer que Agostinho da Silva anteviu há cerca de meio século temas, questões e desafios cruciais da crise do mundo contemporâneo, para os quais apontou soluções e caminhos que, com toda a sua problematicidade, não deixam de ser hoje muito pertinentes.

Agostinho foi um pensador original de todas as experiências fundamentais do ser humano, desde a espiritualidade e a religião até à política. Além disso, foi um tradutor criativo, poeta e escritor de elevado nível, um educador activo na criação de múltiplos centros de estudos e universidades.

A sua obra de vida, escrita e pensamento transmite-nos uma poderosa visão alternativa aos rumos ainda dominantes, mas cada vez mais críticos, do paradigma globalizado de consciência e de civilização. Agostinho é o visionário de um outro mundo possível à escala planetária, radicado numa espiritualidade emancipadora da consciência, no diálogo compreensivo e fraterno entre religiões e culturas, aberto a crentes e descrentes, na transcensão de velhos modelos e antinomias pedagógicas, políticas, económicas e sociais e numa abertura amorosa do humano a todos os seres vivos e à Terra.

Agostinho pensa também o papel mediador que na criação desse mundo podemos ter, cada um de nós e as culturas portuguesa, lusófona e ibero-americanas, em diálogo e cooperação fraternos com todos os povos e culturas.

É assim o momento de repensar Agostinho crítica e criativamente, quer o seu pensamento propriamente dito, quer as vias que a partir dele, das suas fontes e das suas questões se abrem para uma melhor compreensão do tempo presente que ajude a superar a crise que hoje somos. É este o objectivo deste Colóquio Internacional, que reúne especialistas dos estudos agostinianos e uma nova geração de jovens investigadores, numa abordagem multidisciplinar que abra caminhos novos para uma melhor compreensão da complexidade e fecundidade do pensamento e obra agostinianos.

Programa do Colóquio Internacional
AGOSTINHO DA SILVA: PENSADOR UNIVERSAL DO TEMPO PRESENTE
16 e 17 de fevereiro de 2016, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Anfiteatro III, Entrada Livre

Iº DIA – 16 DE FEVEREIRO

09h30 – Abertura do Colóquio, por Paulo Borges e Miguel Real

09h45 – Sessão 1 (Espiritualidade e Religião I) Moderação: Fabrizio Boscaglia

09h45 – Luís Santos, O pensamento ecuménico de Agostinho da Silva

10h05 – Manuele Masini, A Idade do Espírito: uma leitura de Agostinho da Silva à luz de Gioacchino da Fiore

10h25 – Annabela Rita, “No espelho d’água da vida” (evocação)

10h45 Debate

11h15 – Intervalo

11h30 – Sessão 2 (Do Passado ao Futuro) Moderação: Paulo Borges

11h30 – Adelina Andrês, A Humanidade de Agostinho, um Presente que Passado e Futuro oferecem para desfrutar

11h50 – Carlos Carranca, Agostinho – um ponto de vista

12h10 – José Eduardo Reis, Agostinho da Silva e a tomada de consciência do alimento: convergências com posições doutrinais de Amílcar de Sousa, presidente da Sociedade Vegetariana do Porto do primeiro quartel do século XX, e com a dimensão ética dos “food studies”

12h30 – João Rodil, Cumprir Agostinho

12h50 – Debate

13h20 – Almoço livre

14h45 – Sessão 3 (Educação e Criatividade) Moderação: Giancarlo de Aguiar

14h45 – Amândio Silva, Agostinho e a Universidade

15h05 – Maurícia Teles, Liberdade, Amor e Criatividade, em Agostinho da Silva

15h25 – Risoleta P. Pedro, O fingimento poético em Agostinho da Silva – máscara, ficção e verosimilhança

15h45 – Maria Eduarda FariaRosa, Análise da novela “Macaco-Prego”

16h05 – Debate

16h35 – Intervalo

16h50 – Sessão 4 (Espiritualidade e Religião II) Moderação: Dirk-Michael Hennrich

16h50 – Fabrizio Boscaglia, Agostinho da Silva e o Islão

17h10 – Pedro Martins, Agostinho da Silva, o marrano do Divino

17h30 – Paulo Borges, Espírito Santo, Zen e o novo paradigma da consciência em Agostinho da Silva

17h50 – Debate

18h20 – Intervalo

18h35 – José Adelino Maltez, Agostinho. Da aldeia à república universal (Moderação: Paulo Borges)

19h05 – Encerramento do Iº dia

IIº DIA – 17 DE FEVEREIRO

9h30 – Sessão 5 (Filosofia e Pensamento I) Moderação: Dirk-Michael Hennrich

9h30 – Carlos Silva [lido por Paulo Borges], Efeméride do pensar (e não Agostinho da Silva efémero) – Uma cisma cartesiana

9h50 – Sofia A. Carvalho, O terrível mistério de Diotima: considerações sobre ascese e imaginação em Agostinho da Silva e Friedrich Hölderlin

10h10 – Maria Celeste Natário e Maria Luísa Malato, Conversa com Diotima: Do Estrangeiro em Agostinho ao Estrangeiro em Albert Camus

10h30 – Rui Lopo e Felipe Delfim Santos, Agostinho da Silva e Delfim Santos: uma correspondência cultural e filosófica

10h50 – Debate

11h20 – Intervalo

11h35 – Sessão 6 (Espiritualidade e Religião III) Moderação: Giancarlo de Aguiar

11h35 – Pedro Teixeira da Mota, Agostinho da Silva e a Tradição Espiritual Portuguesa

11h55 – José Manuel Anacleto, Agostinho da Silva e a liberdade radical

12h15 – Manuel Gandra, A Terceira Revelação

12h35 – Debate

13h05 – Almoço livre

14h30 – Sessão 7 (Lusofonia e Brasil) Moderação: Fabrizio Boscaglia

14h30 – Giancarlo de Aguiar, A Cultura Indígena do Brasil nos ensaios de Agostinho da Silva

14h50 – Dirk-Michael Hennrich, Reflexão à margem da ‘Teoria do Brasil’ : Um meio século depois

15h10 – Renato Epifânio, Em diálogo com Agostinho da Silva: repensar a Lusofonia no século XXI

15h30 – Debate

16h00 – Intervalo

16h15 – Sessão 8 (Filosofia e Pensamento II) Moderação: Paulo Borges

16h15 – Pedro Vistas, “Antes teor que teorema”: do amor pela sabedoria à Sabedoria do Amor

16h35 – Miguel Real, Agostinho da Silva e o Providencialismo Português do Século XX

16h55 – António Braz Teixeira, Para uma visão de conjunto do pensamento filosófico de Agostinho da Silva

17h15 – Debate

17h45 – Intervalo

18h00 – Miguel Real, Apresentação do livro Agostinho da Silva. Uma Antologia (org. Paulo Borges), 2ª edição (Moderação: Fabrizio Boscaglia)

18h20 – Conferência de Encerramento: Eduardo Lourenço, Filosofia e Profetismo (Moderação: Paulo Borges)

Comissão Científica

Paulo Borges
Miguel Real

Comissão Organizadora

Paulo Borges
Fabrizio Boscaglia
Dirk Henrich

Entrada Livre
Anfiteatro III
Metro: Cidade Universitária

Organização: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
Apoios: Associação Agostinho da Silva / Círculo do Entre-Ser

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Sabedoria

Sabedoria é ver a Casa dos Segredos, ler a Caras, a Bola e a publicidade do LIDL e encontrar aí a mesma verdade e a mesma luz que nos ensinamentos de Buda, Cristo, Confúcio, Lao Tsé e de todos os grandes sábios e mestres da humanidade.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

"Carnaval significa Sinceridade"


"Carnaval significa Sinceridade. O homem só é verdadeiro, quando se julga incógnito. Se tem de representar a sua pessoa, a arte absorve-o, e desvia-o do seu próprio ser"

"A máscara humana é a vera efígie da morte.
Nascer é pôr a máscara. A criatura não desce ao mundo, sem vestir primeiro o seu hábito"

"A criação é um bailado de máscaras... cósmico entrudo tenebroso!... a vertigem... um delírio de ritmos que se quebram e refazem... estátua de pó, turbilhonante, mostrando, à infinita cegueira, o seu busto de dor, assente sobre o Nada e o Sonho..."

- Teixeira de Pascoaes, Verbo Escuro, Paris/Lisboa, Aillaud e Bertrand, s. d., pp.39 e 43-45.