“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

sábado, 7 de maio de 2016

Foi inaugurado o túnel do Marão

Foi inaugurado o túnel do Marão. Mais uma montanha – a montanha sagrada de Teixeira de Pascoaes – trespassada e profanada pelo frenético formigueiro humano. Populares declararam à TV que estavam ali para aproveitar a oportunidade de andarem a pé ou de bicicleta num túnel (!). E que o túnel em nada fica a dever aos grandes túneis da Europa. É espantoso como é fácil encontrar sentido para a vida… E depois veio o ministro falar do inevitável “desenvolvimento” e dizer que a engenharia portuguesa está de parabéns. Para terminar António Costa enfatizou que os transmontanos ficam mais perto do litoral, mas também do (ainda mais inevitável) “mercado” europeu… É espantoso que no estado actual do planeta alguém ainda dê crédito à retórica do desenvolvimento e crescimento económicos. Estamos na verdade num escuro túnel, bem mais longo que os 6 km do Marão: o da consciência.

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