Blogue pessoal de Paulo Borges. Um espaço em prol do despertar da consciência e de um novo paradigma cultural, ético-político e civilizacional, centrado no bem comum de todos os seres, humanos e não-humanos, e da Terra.
“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”
“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”
- Einstein
“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”
- Jorge Luis Borges
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
"Todas as espécies, povos e culturas têm um valor intrínseco"
Princípios da Democracia da Terra
1. Todas as espécies, povos e culturas têm um valor intrínseco: todos os seres são sujeitos dotados de integridade, inteligência e identidade e não objectos susceptíveis de converter-se em propriedade de outros, de ser manipulados, de ser explorados ou de ser eliminados. Nenhum ser humano tem direito a ser dono de outras espécies, de outras pessoas ou dos conhecimentos de outras culturas por meio de patentes e outros direitos de propriedade intelectual.
2. A comunidade da Terra é uma democracia de toda a vida no seu conjunto: todos somos membros da família da Terra e estamos interconectados através da frágil rede da vida do planeta. Todos temos o dever de viver de um modo que proteja tanto os processos ecológicos da Terra como os direitos e o bem-estar de todas as espécies e de todas as pessoas. Nenhum ser humano tem direito a imiscuir-se no espaço ecológico de outras espécies e de outras pessoas nem a tratá-las com crueldade e violência.
- Vandana Shiva, Earth Democracy. Justice, Sustainability, and Peace, 2005.
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