“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”

- Satish Kumar, Spiritual Compass, The Three Qualities of Life, Foxhole, Green Books, 2007, p.77.

“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”

- Einstein

“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”

- Jorge Luis Borges

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A regeneração da humanidade pela reconciliação do masculino e do feminino


A regeneração da humanidade passa centralmente pela reconciliação do masculino e do feminino, em cada um de nós e na relação entre os sexos. Isto abrange o amor homossexual, pois o masculino e o feminino são polaridades energéticas e psíquicas (e não condições físicas ou biológicas) que toda a mulher e todo o homem têm em si, podendo o feminino predominar num homem e o masculino numa mulher. Uma relação aparentemente homossexual é no fundo sempre heterossexual, pois no casal há sempre quem seja interiormente mais feminino ou mais masculino, o que pode variar consoante a evolução dos indivíduos.

O mais importante é curar a ferida aberta entre o masculino e o feminino em cada um de nós e nas relações inter-pessoais. Superar de vez o machismo e o feminismo masculinizante e ressentido. Integrar o antigo matriarcado e o patriarcado hoje em colapso numa síntese superior. Restabelecer a integridade do Humano, macho-fêmea, andrógino. E assim reunir o lado esquerdo e direito do ser e do cérebro, a razão e a sensibilidade, a inteligência e o amor-compaixão, a acção e a contemplação, o Céu e a Terra. O côncavo e o convexo.

É disso que depende uma nova Cultura e uma nova Civilização, que restaure a harmonia da humanidade com a Terra, o Cosmos e todos os seres. Pois em tudo e todos – humanos, animais, plantas, minerais – se manifestam as duas inseparáveis polaridades da sagrada dança do Eros primordial.

Isto é urgente em todas as áreas, da espiritualidade à cultura e à política. Basta do que seja parcial. É a Hora do Integral.

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