sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Fazer da mentalidade partidária uma peça de museu da evolução da consciência

Em Portugal e no mundo há partidos para tudo. Uns estão ao serviço dos mais pobres, outros dos mais ricos. Uns defendem alguns animais, outros defendem a natureza (de modo a que continue a ser explorada pela humanidade). Uns são nacionalistas, outros internacionalistas. Todos querem mudar alguma coisa, desde que tudo fique na mesma. Nenhum quer mudar tudo. Porque nenhum quer mudar integralmente o ser humano, nenhum quer mudar a consciência e a vida, nenhum quer Outra Coisa: um novo Ser Humano e um Novo Mundo. E nenhum quer isso porque nos partidos não há ou escasseiam e são rapidamente trucidadas pessoas que tenham vistas largas e aspirem à plena transformação de si e do mundo, pessoas que visem o despertar integral da consciência e o viver em conformidade. É por isso que estas recusam e fogem das cercas ideológicas e dos rebanhos das quintas partidárias. Aspirar a uma mudança global e estrutural da consciência e da vida é demasiado para a estreiteza e superficialidade dos partidos políticos e das preocupações imediatas das populações de cujos votos dependem para terem o tacho dos deputados e das subvenções a que todos igualmente aspiram. Isso porventura é demasiado para a política, sempre que se reduz à “arte do possível” para os que não visam o impossível e assim se converte na arte da mediocridade. Porém “só há homem, quando se faz o impossível”, como disse Agostinho da Silva. E acrescentou: “Partido é uma parte: sê inteiro”. Despertar para o desafio de ser inteiro é dar o primeiro passo para realizar o impossível e fazer da mentalidade partidária – na política, na religião ou onde quer que seja – uma peça de museu da evolução da consciência.

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