quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Uma nova experiência de ser humano e uma nova vivência do divino ou do sagrado



Muito se perdeu na ideia do ser humano como o único ser à imagem e semelhança de Deus ou pelo menos na sua interpretação antropocêntrica. Perdeu-se um humano ao nível do seu nome, relacionado com “húmus”, um ser humano humilde e fraterno em relação à natureza e a todos os seres vivos e perdeu-se um divino ou um sagrado multiforme, susceptível de ser reconhecido e respeitado na Terra e no Céu e em todos os seres e fenómenos, inseparáveis entre si: animais, humanos, deuses, espíritos, plantas, minerais.

Há ideias destrutivas. Esta é uma delas e os resultados estão à vista na actual tirania humana sobre os animais e a natureza, na galopante destruição da biodiversidade e na iminência de colapso ecológico.


Inverter a situação exige uma nova experiência de ser humano e uma nova vivência do divino ou do sagrado: renovar o sentimento arcaico da sua igual omnipresença em todos os seres e em todas as coisas, como a miríade de rostos do invisível que em tudo e todos circula e de tudo e todos é inseparável, como inseparáveis todos o são uns dos outros. Esta nova vivência e sentimento é o embrião de uma nova civilização, pós-antropocêntrica e trans-humanista. Aqueles que os trazem já hoje em si são os desvendadores e os guardiões de um outro futuro: o da Vida, não o da morte para a qual a actual civilização caminha a passos largos.

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