Blogue pessoal de Paulo Borges. Um espaço em prol do despertar da consciência e de um novo paradigma cultural, ético-político e civilizacional, centrado no bem comum de todos os seres, humanos e não-humanos, e da Terra.
“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”
“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”
- Einstein
“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”
- Jorge Luis Borges
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Breve análise dos resultados das eleições para a presidência do PAN
Numa eleição em que havia dois candidatos, e portanto razões acrescidas para os filiados irem votar, o novo presidente foi eleito com 109 votos, cerca de 13% de um partido que conta com mais de 800 filiados (escasso resultado, para tanto esforço com telefonemas, almoços e contactos). A Direcção anterior, que foi a única lista concorrente, teve 115 votos numa altura em que o partido tinha cerca de 600 filiados, conseguindo cerca de 20% dos votos possíveis. Nestas eleições, o total dos votantes não chegou sequer a 20% dos filiados.
Ou seja, no PAN a maioria é cada vez mais representada e governada por uma minoria ainda menos representativa do que aquela que elege os partidos e candidatos vencedores nas eleições Legislativas e Presidenciais nacionais. Mas a isto chama-se democracia representativa.
Responsabilidade de quem se abstém? Sim. Mas só de quem se abstém? Não será coresponsabilidade dos candidatos e do próprio partido, que não leva os filiados a sentirem que é importante no mínimo votarem? E não será a própria democracia representativa a mostrar a sua profunda crise?
Legitimidade de quem é eleito? Sim, regulamentar e formal. A mesma que têm neste momento Cavaco Silva e o PP/PSD, eleitos para governar, influenciar e prejudicar a vida de toda a população com uma pequena minoria de todos os votantes possíveis. Mas haverá verdadeira legitimidade moral? E pensarão os “vencedores” nisto? Interrogar-se-ão sobre o sentido, o fundamento e a legitimidade da sua “vitória”? Duvido. Não parece (Não me excluo desta reflexão crítica, pois também fui eleito, com a Direcção anterior, por uma minoria de todos os filiados do PAN).
Assim vão as coisas na política e na democracia. A Vida felizmente segue o seu curso. Inteira. Sem partidos.
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