Blogue pessoal de Paulo Borges. Um espaço em prol do despertar da consciência e de um novo paradigma cultural, ético-político e civilizacional, centrado no bem comum de todos os seres, humanos e não-humanos, e da Terra.
“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”
“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”
- Einstein
“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”
- Jorge Luis Borges
terça-feira, 9 de julho de 2013
"A charis (...) é dar e doar-se com alegria. O ego, meus interesses, meus desejos, minhas demandas deixam de ser um obstáculo já que são superados pela pujança de um amor que me vem de outro lugar"
Eis o que, às vezes, é designado por "estado de graça". Tudo é simples, o amor flui naturalmente, alimentando-se, inclusive, com os obstáculos e as oposições que encontra em seu caminho. Deus é o nome atribuído pelos cristãos a este amor.
Como o Amor (agapé) é o único Deus que não é um ídolo, neste caso só podemos "nos apropriar" dele, "possuí-lo", na medida em que o damos.
Este Amor é um Outro em nós, uma outra consciência, um amor totalmente diferente de todos aqueles que pudéssemos ter vivenciado anteriormente. (...)
Neste nível de consciência, amor e liberdade estão entrelaçados, já não há dualidade, o homem está aberto em todas as dimensões de seu ser: altura, comprimento e profundidade. Ele permanece no estado de Aberto; uma porta, inúmeros braços, abriram-se nele e ninguém conseguirá fechá-los..."
- Jean-Yves Leloup, in Catherine Bensaid e Jean-Yves Leloup, O Essencial no Amor. As diferentes faces da experiência amorosa, Petrópolis, Vozes, 2006, pp.148-149.
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