segunda-feira, 28 de julho de 2014

É a Hora da Política da Consciência e do Coração

As soluções que Portugal e o mundo necessitam na grave crise ecológico-social que vivemos já existem e são indicadas por muitos estudos científicos, mas a sua implementação não é possível sem o aumento da empatia na mentalidade colectiva, tal como este não é possível sem o aumento da consciência da interdependência entre todos os seres vivos, humanos e não-humanos, os ecossistemas e a biosfera planetária. O reconhecimento da interdependência, o aumento da empatia na vida social, o colocar-se no lugar do outro, o amor e a compaixão extensivos a todas as formas de vida, são o grande desafio do presente. Necessitamos todos de ser pessoas mais conscientes e empáticas, de modo a que naturalmente os mais conscientes e empáticos – e não os mais gananciosos e ambiciosos – ocupem os lugares de decisão, de onde emanam as medidas que nos afectam a todos e que podem neste momento salvar ou condenar considerável dimensão da vida humana no planeta. Um povo e uma sociedade têm os líderes que permitem e merecem. Um povo e uma sociedade alienados e egoístas elegem inevitavelmente líderes que ignoram o bem comum. Um povo e uma sociedade mais conscientes e solidários não os toleram e acabarão por eleger quem incarne essa consciência e solidariedade. É a Hora de uma profunda mudança individual e colectiva, de modo a ser possível uma Política da Consciência e do Coração, que assegure as reformas culturais, pedagógicas e económicas necessárias a transitarmos progressivamente para uma sociedade orientada para o bem-estar e a felicidade de todos os seres vivos em harmonia com a Terra. Isto não é utopia. Utopia é pensar que podemos continuar como até aqui, quando tudo indica o colapso de uma civilização baseada na competição, na ganância, na opressão, na exploração e na violência contra o outro, seja o humano, o animal ou a Terra.

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