segunda-feira, 16 de junho de 2014

Dança Desperta


Vejo e sinto aquilo a que chamamos realidade, mundo ou universo (prefiro unimultiverso) como um espaço infinito, informe e multidimensional de indeterminação, consciência, energia e vida numa dança constante que assume várias formas - inseparáveis e em osmose e metamorfose constantes – às quais as culturas humanas chamam deuses, espíritos, demónios, humanos, animais, plantas, astros, rios, montanhas, pedras, objectos, etc. Esse espaço abrange tudo o que os humanos distinguem como animado e inanimado, visível e invisível, indivíduos, entes e coisas. Tomando essa distinção como real, as religiões, as filosofias e as ciências imaginam todo o tipo de ordens, estruturas e hierarquias, procurando arrumar e encerrar essa dança nos limites dos seus conceitos, palavras e imagens. Tomando essa distinção como real, os supostos indivíduos, imaginando-se separados uns dos outros e das coisas e do mundo que percepcionam, movem-se pelo medo e pelo desejo e aversão egocêntricos e praticam todo o tipo de actos mentais, verbais e físicos que geram uma imensa massa de sofrimento nos outros e em si, pois na verdade nunca estiveram desligados. Até que despertem e vejam que tudo é a dança do mesmo a tornar-se sempre outro. Até que despertem e vejam a Festa para além do drama e da tragicomédia. Até que despertem e dancem. E sejam Dança Desperta.

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