terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal


És deveras tu a mais excelsa Árvore
que de glória e espanto nimbada
no íntimo de cada lar
ergues e iluminas

Tu que, sagrado e primordial,
de ti despido
desde sempre e para sempre
Céu e Terra abraças

Em ti o ouro e a prata eternos brilham
as velas se acendem
fulvas as estrelas cintilam

Em ti circula a seiva das coisas
o Dom
a anónima Alegria que perpassa
abrindo a mão que dá e a que recebe
no fulgor da mais pura graça

Em ti se acende a Luz
que súbita a noite ilumina
e tão mais brilha
quão menos se apercebe

És tu que na gruta do Coração
no presépio de cada instante eterno nasces
entre o bafo e a adoração do mundo
e os coros celestiais

Tu que trazes o universo no coração
e com ele infante a sorrir brincas
suspenso, irradiante e puro
a dançar na palma da mão

Pois em ti
nu, inocente e mudo
o tempo ainda não é
e já finda

Em ti
adamantino tudo a florir ressuscita
da ilusão de haver distância

És esplendor, prodígio e maravilha
Promessa, Anúncio e Presença

Festa

Todo o Mundo e Ninguém

Natal


24.12.2008 – 24. 12.2013

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