terça-feira, 19 de abril de 2016

Dia da Liberdade Interior - Retiro de Silêncio e Caminhada Meditativa - 25 de Abril - 10-19h


Estamos habituados a pensar que a liberdade consiste em podermos pensar, dizer e fazer o que quisermos, gostamos de pensar que somos livres e sofremos ou reagimos violentamente quando pensamos que alguém nos retira essa liberdade. Mas será que somos livres de ter ou não os pensamentos e emoções que temos, de dizer ou não o que dizemos e de fazer ou não o que fazemos? Os nossos pensamentos e emoções, as nossas palavras e as nossas acções são realmente “nossos”, no sentido de serem voluntários, ou são muitas vezes completamente involuntários ou pelo menos fortemente condicionados por todo o tipo de padrões habituais, mecanismos de reacção, rotinas e pilotos automáticos relativamente aos quais somos quase sempre inconscientes e/ou impotentes? Somos realmente livres em relação ao constante turbilhão mental que nos arrasta ora para o passado, ora para o futuro, ora para todo o tipo de preocupações com o presente, impedindo-nos de prestar plena atenção a nós, aos outros, ao que estamos a fazer e à vida em geral? Somos realmente livres em relação ao medo, à confusão e ao egocentrismo, ao desejo possessivo e ao apego, à irritação, raiva e ressentimento, ao orgulho, ao ciúme e à inveja, à avareza e à avidez, à preguiça, à indiferença e ao torpor? Somos realmente livres em relação a tudo isto ou os “nossos” pensamentos, palavras e acções são demasiadas vezes meras marionetas manipuladas pelos fios invisíveis destas forças que em nós se manifestam mas que não controlamos? Somos verdadeiramente livres ou somos corpos à solta movidos por mentes escravas? E não será desta falta de liberdade, desta escravização da nossa consciência e da nossa vida por estas obscuras forças internas, que resultam todos os nossos problemas, a nível individual e colectivo, social, nacional e planetário? Não é esta escravidão interior que nos torna cúmplices activos e passivos, muitas vezes inconscientes e distraídos, de toda a desarmonia, injustiça e violência que há no mundo, na relação com os outros humanos, com os animais e com a Terra?
É porque estas questões fazem sentido que vamos dedicar o 25 de Abril, Dia da Liberdade (exterior), à busca da verdadeira liberdade, a interior, viajando ao encontro da nossa esquecida natureza original, mediante o treino da mente para observar os padrões habituais de pensamento, palavra e acção sem se identificar com eles e sem os alimentar, deixando que se dissipem como nuvens no céu e assim desvelem a natureza profunda do ser e da consciência, a sua liberdade, sabedoria e bondade naturais. Só depende de nós que o Dia da Liberdade (exterior) seja um Dia de Libertação (interior e exterior) que nos devolva ao mundo mais conscientes do que há a fazer para descobrir, preservar e desenvolver quem realmente somos, libertando-nos das amarras da ignorância e da alienação que a cultura socialmente dominante consagra como normalidade.
Para que isto seja possível, vamos fazer na cidade um Retiro de Silêncio (para podermos observar melhor, sem distracções, os nossos condicionamentos internos mentais e emocionais) e uma Caminhada Meditativa com o seguinte programa:

9:30 – Recepção e acolhimento
10:00 – Apresentação do objectivo do Retiro: o que é a verdadeira liberdade e como exercitá-la? Importância de começar com um espírito de gratidão, amor e compaixão por todos os seres.
10:30 – 11:30 – Exercícios meditativos (sentados e em movimento). Libertação da desatenção ao corpo, à respiração, aos fenómenos mentais-emocionais e aos fenómenos externos. Libertar a consciência da identificação com os fenómenos mentais-emocionais.
11: 30 – Pausa para degustar chá e biscoitos em silêncio e atenção plena.
12:00 – 13:00 – Exercícios meditativos (sentados e em movimento). Libertação da desatenção à consciência ou natureza profunda da mente. Libertação da dualidade e da desconexão. Introdução à liberdade, sabedoria e bondade naturais.
13:00 – 14.30 – Almoço comunitário em silêncio (solicitamos que tragam alimentos veganos/vegetarianos para compartilhar e que servirão para contemplar com gratidão e sabedoria a sua origem e apreciar em atenção plena o seu sabor)
14:30 – 15:00 – Relaxamento profundo.
15:00 – 15:30 – Libertação da desatenção às percepções sensoriais
15:30 - 16:00 – Libertação do egocentrismo e da parcialidade. Meditação da compaixão, do amor e da alegria ilimitados, universais e imparciais.
16:00 – Deslocação silenciosa para a Quinta das Conchas.
16:30 – 16. 45 – Reunião do grupo junto à recepção da Quinta das Conchas.
16:45 – 18.00 - Caminhada meditativa pela Quinta, com gratidão e atenção plena a tudo. Libertação da desatenção a todas as formas de vida.
18:00 – 18:30 – Exercícios meditativos ao ar livre (sentados e em movimento).
18:30 – 19.00 - Partilha final de experiências. Dedicatória dos benefícios para a Paz interior e exterior no mundo e para o Bem da Terra e de todos os seres. Meditação do Abraço.
19:00 – Conclusão do Retiro e continuação da prática na vida quotidiana.
O retiro decorrerá em silêncio, excepto nos períodos de perguntas e respostas e troca de experiências após cada prática.

Facilitadores: Paulo Borges e Daniela Velho

Paulo Borges é praticante de meditação e da via do Buda desde 1983, na escola Nyingma do budismo tibetano, integrando a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh, sendo desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Co-organizador das duas vindas de S. S. o Dalai Lama a Portugal. Instrutor de meditação desde 1999, tendo realizado centenas de conferências, workshops, cursos e retiros por todo o país.

Professor de Filosofia e Meditação, Pensamento Oriental e Filosofia da Religião no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Professor de Técnicas Meditativas na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa em 2011-2012 e 2012-2013. Ex-presidente e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa. Sócio-fundador e presidente do Círculo do Entre-Ser, associação filosófica e ética.

Autor de centenas de conferências e artigos em revistas científicas e obras colectivas, publicados em Portugal, Espanha, França, Itália, Roménia, Alemanha e Brasil, bem como de 43 livros de ensaio filosófico, poesia, ficção e teatro. Obras mais recentes: É a Hora! A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, Temas e Debates / Círculo de Leitores, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Lisboa, Edições Mahatma, 2015 (guia prático de meditação); Agostinho da Silva. Uma antologia temática e cronológica, Lisboa, Âncora Editora, 2016, 3ª edição.

Daniela Velho segue a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 2010. Acompanha e procura aplicar os ensinamentos laicos de Thich Nhat Hanh desde 2012.
Co-fundadora e vice-presidente da associação ética e filosófica Círculo do Entre-Ser. Investiga na área das práticas contemplativas e é instrutora e praticante de meditação. Jurista de profissão.
Local: Sede do Círculo do Entre-Ser: O Coração do Mundo – Centro de Estudos e Práticas para o Despertar da Consciência – Av. Duque de Ávila, 95, 3º andar, Lisboa (a 2 minutos do metro do Saldanha)
Convém trazer roupas confortáveis e uma almofada (há cadeiras disponíveis)
Contribuição: 30 euros (uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)
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Inscrições:
- preenchendo o formulário: http://goo.gl/forms/xcvQP4Osw5, ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
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Chegar às 9:30 para efectuar o pagamento e guardar os alimentos.

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