Blogue pessoal de Paulo Borges. Um espaço em prol do despertar da consciência e de um novo paradigma cultural, ético-político e civilizacional, centrado no bem comum de todos os seres, humanos e não-humanos, e da Terra.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
"Quatro formas de olhar para o mundo", segundo Joanna Macy
Joanna Macy fala de “quatro formas de olhar para o mundo”, transversais a todas as culturas e tradições, que condicionam o nosso modo de vida, em termos exteriores e interiores: 1) o mundo como campo de batalha, entre o bem e o mal, a luz e as trevas, ou os capazes e os incapazes, onde nos inscrevemos de forma militante no primeiro dos lados a combater, intelectual, moral e/ou fisicamente, os que estão no outro, os “inimigos”, até à sua conversão ou destruição e vitória final dos “bons”, nós e os “nossos”; 2) o mundo como armadilha, um lugar mau, seja o próprio corpo, a sociedade ou a natureza, que há que dominar para dele nos libertarmos o mais rápido possível, procurando algo que o transcenda e onde finalmente estejamos bem e em paz; 3) o mundo como amante, um(a) companheiro(a) vital com o qual dançamos enamorados, numa sedução e encanto mútuos; 4) o mundo como nós próprios, o que pode surgir do aprofundamento da experiência anterior, sentindo-nos entrelaçados com todos os seres e coisas, numa perfeita harmonia entre a unidade e a multiplicidade.
De qual destas formas de ver e experimentar o mundo nos sentimos realmente mais próximos neste preciso momento? É interessante verificar isso e qual a consequência que está a ter na nossa vida. É interessante ver como isso condiciona também as nossas sociedades e a nossa civilização... Haverá outras formas a acrescentar a estas?
(Joanna Macy, World as Lover, World as Self, 2007).
Sem comentários:
Enviar um comentário