sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

“Necessitamos de outro, mais sábio e porventura mais místico conceito de animais"


“Necessitamos de outro, mais sábio e porventura mais místico conceito de animais. Distante da natureza universal e vivendo num complicado artifício, o ser humano na civilização estuda a criatura através da lente do seu conhecimento e vê desse modo uma pluma ampliada e toda a imagem distorcida. Nós tratamo-los de forma condescendente pela sua incompletude, pelo seu trágico destino por haverem assumido forma tão longe abaixo de nós mesmos. E nisto erramos. Pois o animal não será medido pelo humano. Num mundo mais antigo e mais completo que o nosso, eles movem-se acabados e completos, dotados com a extensão dos sentidos que perdemos ou nunca alcançámos, vivendo por vozes que jamais escutaremos. Eles não são irmãos, não são subordinados: são outras nações, apanhados connosco na rede da vida e do tempo, semelhantes prisioneiros do esplendor e do trabalho da Terra”

- Henry Beston (escritor e naturalista; Estados Unidos da América, 1888-1968)

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