quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Reflexão do primeiro dia do ano: o que realmente queremos, em termos pessoais e sociais?

Neste primeiro dia do ano creio que uma reflexão se impõe: o que realmente queremos, em termos pessoais e sociais? Queremos vidas e sociedades fundamentalmente orientadas para a produção, o consumo e o prazer fugaz, obedecendo à pressão da cultura e dos interesses económico-políticos dominantes, com todo o tremendo impacto disso na Terra, nos ecossistemas e nos seres vivos e em vidas humanas estéreis e fúteis, ou queremos vidas e sociedades empenhadas em satisfazer as necessidades básicas de todos – habitação, alimentação, saúde, educação, justiça – , no respeito pela harmonia ecológica e pelas vidas não-humanas, para tornar cada vez mais pessoas disponíveis para reconhecerem e investirem na superior necessidade da realização plena de si mesmas, desenvolvendo todas as suas potencialidades cognitivas, afectivas e criativas? Se optamos pela segunda possibilidade, temos de ver o que estamos a fazer e o que estamos realmente dispostos a fazer por isso, incluindo deixar de fazer tudo o que conduza à primeira. Fazer este exame de consciência e tomar esta decisão é um grande passo para morrer sem remorsos. Sem o remorso de ter perdido a oportunidade de estar vivo, não orientando a vida para o essencial, aquilo que lhe confere pleno sentido e sentimento de plenitude: o bem comum a todos os seres.

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