quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A obsessão com a identidade é sempre sinal de uma consciência perdida e infeliz

A obsessão com a identidade é sempre sinal de uma consciência perdida e infeliz. Os indivíduos e os povos felizes não se preocupam com a identidade. Vão sendo o que são sem se importarem com isso. A obsessão com a identidade tornou-se um mal bem português. Talvez seja por isso que no fundo aspiramos a diluir-nos no mundo, para nos livrarmos deste peso-pesadelo de andarmos sempre a questionar quem somos, de onde vimos e para onde vamos, às costas com um passado de que não nos libertamos - os Descobrimentos - , seja por frustração nostálgica da glória perdida, seja por trauma culpabilizante do que fizemos aos outros, a escravatura e o colonialismo. É a Hora de nos reinventarmos num presente justo e digno, nesta nesga de terra a contemplar o infinito do mar, num abraço universal a todos os povos e seres, mas sem mais fugas para a frente, como foram no passado o Oriente, o Brasil, a África e a Europa. É a Hora de nos descobrirmos por dentro, nós que nos encobrimos ao descobrir o mundo por fora.

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