segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A "banalidade do bem" segundo Matthieu Ricard


“Pôde-se falar da «banalidade do mal» [Hannah Arendt]. Mas poder-se-ia também falar da «banalidade do bem», evocando as mil e uma expressões de solidariedade, de atenção e de compromisso a favor do bem de outrem que balizam as nossas vidas quotidianas e exercem uma influência considerável sobre a qualidade da vida social. Além do mais, aqueles que realizam estes inumeráveis actos de entreajuda e de solicitude dizem em geral que é plenamente “normal” ajudar o seu próximo. Se se justifica evocar esta noção de banalidade, é também por ela ser de algum modo silenciosa: o bem de todos os dias é anónimo; ele não ocupa o centro das atenções dos órgãos de comunicação ao modo de um atentado, de um crime crapuloso ou da libido de um político. E, enfim, se há banalidade é ainda o sinal de que nós somos todos potencialmente capazes de fazer o bem à nossa volta”

- Matthieu Ricard, Plaidoyer pour l’altruisme. La force de la bienveillance, Paris, NiL, 2013, pp.110-111.

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