quarta-feira, 10 de abril de 2013

E eram eles o coração de Praga, a cidade alquímica, na noite do mundo



O cego a cantar em russo na Ponte Carlos, sobre o Vladva. A bela rapariga de olhos tristes a tocar guitarra espanhola. A senhora checa a entoar uma ária de ópera na rua nocturna. Quase ninguém neles reparava: a seus pés escasseavam as moedas. E eram eles o coração de Praga, a cidade alquímica, na noite do mundo. Pela sua voz Deus cantou entre os homens surdos, que atónitos iam às suas vidas, cheios de pressa e de nada (Praga, Maio, 2007).

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