quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A Vida é um Sonho. Introdução à Vacuidade - Sábado, 15 de Outubro - 15-19h


Estamos habituados a pensar que somos reais, que as coisas e os seres são reais, que o mundo é real. Estamos habituados a pensar que nós, os outros e tudo quanto existe somos permanentes, singulares e independentes. Estamos habituados a pensar que as coisas são como nos aparecem em função do modo como actualmente as percepcionamos. Por causa disso, e sem darmos conta de tal, deixamos que as nossas mentes estejam formatadas por juízos e conceitos rígidos e por emoções fortes de apego e aversão a respeito de coisas, seres, acontecimentos, situações e experiências, que nos causam intensa confusão, insatisfação e sofrimento. Consideramos isso todavia normal e dificilmente questionamos as nossas percepções. Achamos mesmo absurdo ou irritante que alguém venha colocar em causa aquilo em que mais cegamente acreditamos, a começar pela realidade absoluta daquilo a que chamamos “eu”, “outros” e “mundo”.

​Todavia, se virmos bem, a realidade da nossa vida passada evaporou-se como um sonho ao acordarmos, o mesmo está a acontecer ao que vivenciamos no presente e acontecerá ao que vivenciarmos no futuro. A vida é como um sonho no qual as formas, as imagens e as experiências do que chamamos “eu”, “outros” e “mundo” são impermanentes, constituídas por uma multiplicidade infinita de elementos em constante mutação e interdependentes. Se procurarmos sinceramente em nós, nos outros e onde quer que seja aquilo que estamos tão habituados a pensar que existe, como permanente, singular e independente, é provável que não encontremos nada. Mas isso não é o nada. É antes a experiência de um espaço ou abertura infinita, consciente e sensível, sem forma e sem limites, a partir da qual tudo é possível. A partir da qual é possível viver a vida como um sonho desperto, irradiante de sabedoria, amor e compaixão por todos os “seres”. A sabedoria budista chama a isso a descoberta da vacuidade luminosa, amorosa e criativa. O Despertar.

​O objectivo deste workshop é introduzir à experiência teórica e prática, mediante exercícios meditativos, desse supremo potencial que há em nós e em todos os seres.

O workshop será orientado por Paulo Borges. Praticante da via do Buda desde 1983 segundo a tradição Nyingma do budismo tibetano, integra a partir de 2012 os ensinamentos de Thich Nhat Hanh e é desde 2015 filiado na escola Linji (Rinzai) do budismo Ch’an / Zen. Professor de meditação e filosofia budista desde 1999, tendo orientado centenas de aulas, cursos, workshops e retiros em todo o país. Professor de Filosofia da Religião, Pensamento Oriental e Filosofia e Meditação na Universidade de Lisboa. Cofundador e ex-presidente da União Budista Portuguesa (2002-2014). Ex-presidente (2005-2013) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser. Autor e organizador de 45 livros, entre os quais "O Budismo e a Natureza da Mente" (2006, com Carlos João Correia e Matthieu Ricard), “O Buda e o Budismo no Ocidente e na Cultura Portugesa” (organizador, com Duarte Braga) (2007), "Descobrir Buda" (2010), “Quem é o Meu Próximo?” (2014) e "O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral (guia prático de meditação)" (2015).

Convém trazer papel e caneta.

Contribuição: 20 euros, a pagar no dia do workshop. Pedimos que cheguem um pouco antes para o efeito.
(uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva)

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Inscrições:
- preenchendo o formulário: https://goo.gl/forms/QX6916Vm6BCOZHkt1
Ou
- enviando email para inscricoes@circuloentreser.org
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