Blogue pessoal de Paulo Borges. Um espaço em prol do despertar da consciência e de um novo paradigma cultural, ético-político e civilizacional, centrado no bem comum de todos os seres, humanos e não-humanos, e da Terra.
“Sou feito da inteira evolução da Terra; sou um microcosmo do macrocosmo. Nada há no universo que não esteja em mim. O inteiro universo está encapsulado em mim, como uma árvore numa semente. Nada há ali fora no universo que não esteja aqui, em mim. Terra, ar, fogo, água, tempo, espaço, luz, história, evolução e consciência – tudo está em mim. No primeiro instante do Big Bang eu estava lá, por isso trago em mim a inteira evolução da Terra. Também trago em mim os biliões de anos de evolução por vir. Sou o passado e o futuro. A nossa identidade não pode ser definida tão estreitamente como ao afirmar que sou inglês, indiano, cristão, muçulmano, hindu, budista, médico ou advogado. Estas identidades rajásicas são secundárias, de conveniência. A nossa identidade verdadeira ou sáttvica é cósmica, universal. Quando me torno consciente desta identidade primordial, sáttvica, posso ver então o meu verdadeiro lugar no universo e cada uma das minhas acções torna-se uma acção sáttvica, uma acção espiritual”
“Um ser humano é parte do todo por nós chamado “universo”, uma parte limitada no tempo e no espaço. Nós experimentamo-nos, aos nossos pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto – uma espécie de ilusão de óptica da nossa consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por algumas pessoas que nos são mais próximas. A nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos desta prisão ampliando o nosso círculo de compreensão e de compaixão de modo a que abranja todas as criaturas vivas e o todo da Natureza na sua beleza”
- Einstein
“Na verdade, não estou seguro de que existo. Sou todos os escritores que li, todas as pessoas que encontrei, todas as mulheres que amei, todas as cidades que visitei”
- Jorge Luis Borges
sábado, 29 de novembro de 2014
"Quem sofre de amor é porque não ama": uma perspectiva budista sobre o amor, os relacionamentos e a sexualidade (workshop)
30 de Novembro, 15-19h
Av. 5 de Outubro, 122, 8º esq, Lisboa
Frequentemente confundimos amor com apego, ou seja, a aspiração a tornar alguém feliz com o desejo de que alguém nos torne felizes. Daqui resultam, como sabemos por experiência própria, todo o tipo de conflitos e um imenso sofrimento nos relacionamentos humanos, sejam românticos, familiares ou outros. O workshop visa levar-nos a uma reflexão meditativa sobre a orientação dos nossos afectos e oferece a perspectiva budista sobre a questão, com alternativas para fazermos das nossas relações afectivas e do relacionamento sexual uma via para a realização plena e o autoconhecimento libertador.
Contribuição: 20 euros.
Local: União Budista Portuguesa, Av. Cinco de Outubro, n.º 122, 8.º Esq., 1050-061 Lisboa.
Contactos para inscrições: 213 634 363, 213 630 850 (das 17h00 às 21h00);
Email: sede@uniaobudista.pt
*Os participantes devem trazer roupas largas e confortáveis.
Metro: Campo Pequeno
Autocarro: 21, 38, 44,49, 54, 56, 83, 727, 732, 738,745
Paulo Borges
Nasceu em 1959. Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ex-presidente (de 2004 a 2014) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador, ex-presidente da União Budista Portuguesa (de 2002 a 2014) e actual membro da Direcção. Vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade de Ética Ambiental. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser.
Autor e organizador de 40 livros de ensaio filosófico, espiritualidade, poesia, ficção e teatro, entre os quais:
O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia), 2005; Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar, 2010; "É a Hora!"A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Mahatma, 2015.
Tenta seguir a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 1983 e tem orientado desde 1999 centenas de workshops e cursos de introdução à meditação em todo o país.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Percursos na Vida Plena - começam amanhã, 29 de Novembro, 15-19h
Os PerCursos na Vida Plena são a mais recente iniciativa do Círculo do Entre-Ser e visam preencher algumas das lacunas do ensino oficial e da cultura dominante oferecendo a todos a possibilidade de percursos por experiências e conhecimentos que contribuam para abrir a consciência e o coração, para o desenvolvimento humano integral e para uma sociedade mais desperta e fraterna na relação com a Terra e todos os seres vivos. Pretendemos questionar a percepção convencional do mundo e abrir vias para o Coração da Vida.
Os PerCursos na Vida Plena são constituídos por vários módulos ou workshops que se recomenda que sejam frequentados na totalidade, embora se possam frequentar independentemente.
29 de Novembro, 15-19h
I. O Coração da Vida. Introdução à experiência meditativa (Paulo Borges)
Vivenciaremos a experiência meditativa ou de atenção plena mediante o focar, pacificar e despertar da mente e o abrir do coração para dimensões mais profundas da consciência. Conheceremos métodos simples que nos permitirão continuar a prática, com todos os benefícios cientificamente comprovados e com o supremo benefício de mergulhar no Coração da Vida.
6 de Dezembro, 15-19h
II. Rumo a uma vida mais plena e solidária: os Cinco Treinos da Atenção Plena (Paulo Borges)
Adaptados do texto original de Thich Nhat Hanh, os Cinco Treinos da Atenção Plena constituem linhas orientadoras para o nosso desenvolvimento integral e para uma profunda mudança de paradigma na relação connosco, com todos os seres vivos e com a Terra. Vamos percorrer cinco tomadas de consciência que podem converter-nos em quem realmente somos, mediante uma via espiritual, meditativa e ética laica, transversal a crentes e não-crentes: Reverência pela Vida, Verdadeira Felicidade, Verdadeiro Amor, Escuta Profunda e Discurso Afectuoso, Nutrição e Cura.
13 de Dezembro, 15-19h
III. Despertar a essência dos sentidos (Fernando Emídio)
Num workshop destinado a crianças e adultos (pais, avós, tios…), faremos uma viagem pelos sentidos através de exercícios de atenção plena, como forma de nos ancorarmos na vivência do momento presente. Haverá momentos de reflexão, partilha e fruição de experiências conjuntas criança/adulto.
20 de Dezembro, 15-19h
IV. Meditação, stresse e saúde (Micael Inês)
Na componente teórica deste módulo conheceremos diversos estudos científicos sobre os benefícios da meditação na saúde física e mental, nas relações humanas e no bem-estar e desempenho laborais. Na componente prática experimentaremos técnicas usadas no contexto terapêutico e laboral para reduzir o stresse e optimizar a atenção plena.
10 de Janeiro, 15-19h
V. O Entre-Ser e a Essência dos Elementos (Daniela Velho)
Trabalhar com os elementos naturais em estado selvagem (Terra-Água-Ar-Fogo) permite-nos conectar com a essência da Vida e abrir espaço ao emergir de energias profundas propiciadoras de cura e regeneração. Neste workshop vamos recriar interiormente o Espaço Natural que tudo acolhe e que tudo nutre, em busca do reequilíbrio do Entre-Ser a partir das suas dimensões mais subtis.
“Penetra no coração de uma gota de água -
serás inundado por uma centena de puros oceanos.
Se examinares cuidadosamente um grão de poeira,
verás um milhão de seres inconcebíveis.
Os membros de uma mosca são como os de um elefante.
Uma centena de colheitas reside no âmago de uma semente de cevada.
As sementes de millet encerram um mundo inteiro.
As asas de um insecto desvendam um oceano.
As centelhas cósmicas repousam ocultas na pupila do meu olho
e de alguma forma o centro do meu coração
contém o Pulsar do Universo”.
~ Mahmud Shabistari
17 de Janeiro, 15-19h
VI. Ciência e espiritualidade: (in)compatíveis? (Ângela Santos)
Ciência e espiritualidade - duas abordagens diferentes na incansável tentativa de compreensão do que nos cerca e do que somos. Mas, sendo diferentes, serão também divergentes? No grande debate acerca da natureza da realidade haverá encontro ou desencontro entre elas? Dotadas de diferentes instrumentos de medida, qual antecipa qual? Qual valida qual? Recorrendo a instrumentos cada vez mais capazes, a ciência tem avançado na sua aproximação à realidade. Mas será que, ficando-nos por esta via apenas, conseguiremos um dia conhecer a verdade toda? E porque não iniciarmos, nós próprios, uma “viagem” exploratória? Porque não recorrermos ao nosso próprio equipamento? Ou seja, a esse instrumento precioso utilizado por excelência na espiritualidade: a nossa mente. Tal como um cientista faz as suas pesquisas recorrendo à tecnologia, propõe-se que utilizemos os nossos recursos internos e façamos nós próprios a observação, a exploração. No início haverá dificuldades, o instrumento não estará adaptado e é rebelde, difícil de controlar. Mas com o devido treino a afinação da ferramenta estará garantida e com ela a entrada na experiência directa dos fenómenos.
Apresentação dos facilitadores:
Paulo Borges
Nasceu em 1959. Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ex-presidente (de 2004 a 2014) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador, ex-presidente da União Budista Portuguesa (de 2002 a 2014) e actual membro da Direcção. Vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade de Ética Ambiental. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser.
Autor e organizador de 40 livros de ensaio filosófico, espiritualidade, poesia, ficção e teatro, entre os quais: O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia), 2005; Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar, 2010; “É a Hora!” A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Mahatma, 2014. O Coração da Vida. Espiritualidade, meditação, acção integral, vol. I, Mahatma, 2014.
Tenta seguir a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 1983 e tem orientado desde 1999 centenas de workshops e cursos de introdução à meditação em todo o país.
Fernando Emídio
Nasceu a 20 de dezembro de 1974, em Mirandela.
Formou-se na área de educação, tem exercido sempre funções de professor do 1.º ciclo do ensino básico, tendo passado também pela educação de adultos. Atualmente exerce funções de coordenador pedagógico do 1.º ciclo num Agrupamento de Escolas.
Há vários anos que se interessa pela aplicação de práticas contemplativas na educação, tendo feito formação nessa área, nomeadamente nos programas MindUp (The Hawn Foundation) e Still Quiet Place (Dr. Amy Saltzman). Tem sido responsável por aplicar um programa de desenvolvimento de competências sócio-emocionais, baseado na atenção plena (MindUp) aos alunos do 1.º ciclo do Agrupamento onde lecciona.
Desde 2009 que dinamiza em conjunto com Micael Inês o Núcleo de Estudo do Dharma de Leiria. É cofundador do Círculo do Entre-Ser.
Tenta ser praticante de meditação e viver de acordo com os valores universais do Dharma do Buda.
Micael Inês
Enfermeiro no Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar de Leiria, EPE. Membro da Comissão de Humanização do Centro Hospitalar de Leiria, EPE. Membro do Círculo do Entre-Ser. Cofundador do Núcleo de Estudo do Dharma de Leiria.
Pratica meditação desde 2008.
Ângela Santos
Professora no Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Apaixonada pelo mistério da Vida, frequentou o curso “O Universo e o Plano Divino” no Centro Lusitano de Unificação Cultural e o Curso de Especialização “Filosofia e Estudos Orientais“ na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
É praticante de meditação e tenta seguir a via do Dharma do Buda conforme a tradição do budismo Tibetano. É cofundadora e presidente da Assembleia-Geral do Círculo do Entre-Ser.
Daniela Velho
Nasceu em 1976. Cofundadora e Vice-presidente do Círculo do Entre-Ser. Vice-presidente da Assembleia-Geral da União Budista Portuguesa. Membro associado da SEA - Sociedade de Ética Ambiental. Jurista.
Praticante do Dharma do Buda (Tradição Nyingma do Budismo Tibetano) desde 2010. Praticante regular de meditação desde 2010.
Procura orientar a sua vida por valores de amor e compaixão universal numa tentativa de aprofundamento e expansão da consciência com base na compreensão da interdependência de todos os fenómenos. Procura cultivar um espírito vivo, indagador e de compreensão intuitiva do mundo.
Local: Av. 5 de Outubro, 122 – 8º esq. - Lisboa
Inscrições: percursosvidaplena@circuloentreser.org / 213634363 (depois das 17h)
Informações sobre os PerCursos:
pauloaeborges@gmail.com
Contribuição:
Totalidade dos módulos: 100 euros; módulos separados: 20 euros, com excepção do módulo III - 1 criança (10€) + 1 adulto (15€) = 25€; 1 criança (10€) + 2 adultos (25€) = 35€.
Há limite de inscrições e uma real indisponibilidade financeira não é impeditiva.
Serão emitidos certificados de participação a quem frequente a totalidade do PerCurso.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
A grande tarefa política é transcender e dispensar a política
Da primeira orientação vem a importância, desde a Ágora grega até aos actuais espectáculos eleitorais e parlamentares, do debate público entendido como combate para vencer o adversário e colher votos e apoios. Daí a centralidade da oratória e da retórica que visa a persuasão, o convencer os outros de que se tem razão para se ter poder, o que, porque raramente funciona (porque os outros também pretendem ter razão e poder e porque o que move as supostas “razões” de uns e outros são quase sempre os desejos e interesses egocêntricos, individuais e grupais), conduz frequentemente à corrupção, mentira, calúnia e difamação, quando não à agressão física e ao assassínio. A essência oculta ou patente da política tradicional é o combate e a violência.
E este é o problema. Porque é a desconexão e a consequente luta pelo poder, do humano sobre o humano, os animais e o mundo, que está no centro da actual crise da civilização. O maior problema da política tradicional é ela mesma. É por isso que não o pode resolver e precisamos de outra coisa. Não de política, no sentido habitual, mas da experiência social do despertar e da expansão da consciência amorosa e compassiva. Que nasce não do “poder” entendido como domínio sobre o outro - o que é uma forma de auto-escravização, pois o tirano também é escravo da sua tirania - , mas do poder de ser, aqui-agora, simultaneamente livre de todos os poderes e inseparável dos outros, de todas as formas de vida, não visando por isso dominar quem quer que seja. Não visando servir-se, mas antes servir: o sentido antigo da palavra “ministro”.
A grande tarefa política é na verdade micropolítica e metapolítica: organizar a república da mente e do coração mediante a atenção plena a si, de modo a assegurar o bom governo de cada um pelo melhor de si mesmo, e transcender e dispensar a política em sociedades humanas cada vez mais despertas, fraternas e abertas à comunidade cósmica, mediante a atenção plena à interdependência com todo o outro, humano e não-humano. Sociedades humanas que estendam a todos os seres e entidades naturais a categoria de “próximo” e que se organizem não para manter e reproduzir uma vida alienada, mas para promover uma vida boa e plena, para humanos e não-humanos, em harmonia com a Terra. O que começa por abrir e expandir espaços de vida desperta, solidária e liberta, sendo o primeiro de todos o da própria consciência. Pequenos grupos de afinidade que se associem e expandam, comunidades em transição, germes de criatividade e libertação num mundo de instituições cada vez mais decadentes, atrofiadas e destrutivas por falta da verdadeira inteligência: a da interconexão, do amor e da compaixão.
O fim da civilização humanista e antropocêntrica e os novos/velhos riscos
terça-feira, 25 de novembro de 2014
"Quem sofre de amor é porque não ama": uma perspectiva budista sobre o amor, os relacionamentos e a sexualidade (workshop)
30 de Novembro, 15-19h
Av. 5 de Outubro, 122, 8º esq, Lisboa
Frequentemente confundimos amor com apego, ou seja, a aspiração a tornar alguém feliz com o desejo de que alguém nos torne felizes. Daqui resultam, como sabemos por experiência própria, todo o tipo de conflitos e um imenso sofrimento nos relacionamentos humanos, sejam românticos, familiares ou outros. O workshop visa levar-nos a uma reflexão meditativa sobre a orientação dos nossos afectos e oferece a perspectiva budista sobre a questão, com alternativas para fazermos das nossas relações afectivas e do relacionamento sexual uma via para a realização plena e o autoconhecimento libertador.
Contribuição: 20 euros.
Local: União Budista Portuguesa, Av. Cinco de Outubro, n.º 122, 8.º Esq., 1050-061 Lisboa.
Contactos para inscrições: 213 634 363, 213 630 850 (das 17h00 às 21h00);
Email: sede@uniaobudista.pt
*Os participantes devem trazer roupas largas e confortáveis.
Metro: Campo Pequeno
Autocarro: 21, 38, 44,49, 54, 56, 83, 727, 732, 738,745
Paulo Borges
Nasceu em 1959. Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ex-presidente (de 2004 a 2014) e membro da Direcção da Associação Agostinho da Silva. Sócio-fundador, ex-presidente da União Budista Portuguesa (de 2002 a 2014) e actual membro da Direcção. Vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade de Ética Ambiental. Cofundador e presidente do Círculo do Entre-Ser.
Autor e organizador de 40 livros de ensaio filosófico, espiritualidade, poesia, ficção e teatro, entre os quais:
O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia), 2005; Descobrir Buda. Estudos e ensaios sobre a via do Despertar, 2010; "É a Hora!"A mensagem da Mensagem de Fernando Pessoa, 2013; Quem é o meu próximo? Ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Mahatma, 2014; O Coração da Vida. Visão, meditação, transformação integral, Mahatma, 2015.
Tenta seguir a via do Buda segundo a tradição budista tibetana Nyingma desde 1983 e tem orientado desde 1999 centenas de workshops e cursos de introdução à meditação em todo o país.
domingo, 23 de novembro de 2014
Prenderam José Sócrates. E os outros? E nós?
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Quanto mais interessados mais aborrecidos
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Uma experiência que mudou uma vida
Jack Kornfield relata deste modo a experiência de um amigo activista e jornalista palestiniano, Salam, ao ser espancado por um guarda prisional israelita:
“Uma tarde, após haver sido violentamente espancado, o seu corpo jazia no chão da prisão e ele estava a ser pontapeado por um guarda particularmente cruel. Sangue jorrava da sua boca e, como afirmou mais tarde o relatório policial, as autoridades acreditaram que estava morto.
Ele recorda a dor de ser espancado. Então, como é frequentemente relatado por vítimas de acidente e de tortura, sentiu a sua consciência deixar o seu corpo e flutuar até ao tecto. Primeiro era pacífico e calmo, como num filme mudo, enquanto via o seu próprio corpo deitado em baixo a ser pontapeado. Era tão pacífico que ele não sabia o que era todo aquele espalhafato. E depois Salam descreve como, de um modo notável, a sua consciência se expandiu mais. Ele soube que era o seu corpo que estava deitado em baixo, mas agora sentiu que ele era também a bota pontapeando o corpo. Ele era também a descascada pintura verde nas paredes da prisão, a cabra cujo som podia ouvir-se lá fora, a sujidade debaixo das unhas do guarda – ele era a vida, toda ela e a consciência eterna dela toda, sem separação. Sendo tudo, jamais podia morrer. Todos os seus medos se desvaneceram. Tomou consciência que a morte era uma ilusão. Um bem-estar e uma alegria para além de qualquer descrição abriram-se nele. E então surgiu uma espontânea compaixão pela espantosa loucura dos humanos, crendo que estamos separados, apegando-se a nações e fazendo guerra.
Dois dias mais tarde, como Salam o descreve, recuperou a consciência num corpo magoado e espancado no chão de uma cela, sem medo ou remorso, apenas assombro. A sua experiência mudou todo o seu sentimento da vida e da morte. Recusou continuar a participar em qualquer forma de conflito. Quando foi libertado, casou com uma mulher judia e teve filhos palestiniano-israelitas. Essa, disse, foi a sua resposta à disparatada demência do mundo”
~ Jack Kornfield, The Wise Heart, 2009, pp.42-43.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
A grande tarefa política é metapolítica: transcender e dispensar a política
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Ser "culto" é muitas vezes o fim da Cultura
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
"Fazer acontecer", "produzir"?
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Não te compares
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
De como as culturas são sistemas de limitação da consciência
“(…) a maioria das nossas vidas gasta-se numa realidade consensual, que especialmente talhou e selectivamente percepcionou um segmento de realidade construído do espectro do potencial humano. Somos simultaneamente os beneficiários e as vítimas da nossa cultura. Ver as coisas de acordo com a realidade consensual é bom para manter em conjunto uma cultura, mas um obstáculo maior à compreensão pessoal e científica da mente.
Uma cultura pode ser vista como um grupo que seleccionou certos potenciais humanos como bons e os desenvolveu, rejeitando outros como maus. Internamente isto significa que certas experiências possíveis são encorajadas e outras suprimidas para construir um estado “normal” de consciência que seja eficaz em e ajude a definir a particular realidade consensual da cultura”
- Charles T. Tart, States of Consciousness, 2000, pp.33-34.