segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Somos normais?

E se a base daquilo que consideramos o estado normal de consciência, o vermo-nos como indivíduos separados uns dos outros, dos demais seres e do mundo, fechados nos limites da pele e do cérebro, não fosse senão um estado alterado de consciência, um transe, uma bebedeira ou um sonho social e colectivo que a pouco e pouco se instalou sem darmos por isso e ao qual nos habituámos como real? Um transe no qual a consciência diminui e se atrofia em vez de abrir e se expandir? E se estivéssemos mais mortos que vivos nesta vida mesquinha e limitada que achamos ser a única possível? E se a grande mudança não puder ser outra senão a da percepção que temos de nós, dos outros e do mundo? E se, sem mudar isso, pretender mudar o mundo exteriormente não for senão uma pura impossibilidade? Estaremos preparados para reconhecer que, quanto mais normais achamos que somos, mais louca é a trip, a embriaguez ou o delírio em que vivemos? Admitir a mera possibilidade disto é já o início do despertar...

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