terça-feira, 9 de julho de 2013

"A charis (...) é dar e doar-se com alegria. O ego, meus interesses, meus desejos, minhas demandas deixam de ser um obstáculo já que são superados pela pujança de um amor que me vem de outro lugar"

"A charis (...) é dar e doar-se com alegria. O ego, meus interesses, meus desejos, minhas demandas deixam de ser um obstáculo já que são superados pela pujança de um amor que me vem de outro lugar, que me é dado gratuitamente - os termos "gratuito" e "graça" têm a mesma etimologia - e que se dá gratuitamente. 

Eis o que, às vezes, é designado por "estado de graça". Tudo é simples, o amor flui naturalmente, alimentando-se, inclusive, com os obstáculos e as oposições que encontra em seu caminho. Deus é o nome atribuído pelos cristãos a este amor.

Como o Amor (agapé) é o único Deus que não é um ídolo, neste caso só podemos "nos apropriar" dele, "possuí-lo", na medida em que o damos.

Este Amor é um Outro em nós, uma outra consciência, um amor totalmente diferente de todos aqueles que pudéssemos ter vivenciado anteriormente. (...)

Neste nível de consciência, amor e liberdade estão entrelaçados, já não há dualidade, o homem está aberto em todas as dimensões de seu ser: altura, comprimento e profundidade. Ele permanece no estado de Aberto; uma porta, inúmeros braços, abriram-se nele e ninguém conseguirá fechá-los..."

- Jean-Yves Leloup, in Catherine Bensaid e Jean-Yves Leloup, O Essencial no Amor. As diferentes faces da experiência amorosa, Petrópolis, Vozes, 2006, pp.148-149.

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