“A falência da máquina
tecno-económica gera o declínio do Ocidente como civilização. O fracasso do
desenvolvimento e o fim da ordem nacional-estatal são os sinais e as manifestações
deste insucesso, mas não são as suas causas exclusivas. As resistências das
sociedades diferentes, a sua capacidade para sobreviver como diferentes, a
aptidão das socialidades elementares para desviar os contributos mais diversos
da modernidade para sentidos radicalmente estranhos, contribuem para a erosão
do domínio do modelo ocidental. Estas sobrevivências, resistências e desvios
permitem considerar a queda do Ocidente não como o fim do mundo, mas apenas
como o fim de uma civilização. A vitalidade, o dinamismo do outro, deixam
augurar escapatórias à fatalidade do universo unidimensional”
- Serge Latouche, L’Occidentalisation du Monde. Essai sur la signification, la portée et les limites de l’uniformisation
planétaire
(1989), Paris, La Découverte, 2005, pp.139-140.
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